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Durante muito tempo ouvimos falar sobre o QI e a sua importância. As pessoas foram medidas e avaliadas pelo seu Coeficiente de Inteligência (QI). Você provavelmente já deve ter feito esse teste, ou talvez tenha ouvido alguém contar vantagem por ter um QI alto. A capacidade de ter um raciocínio lógico-matemático acima da média ou a capacidade de interpretar e escrever bem eram tidos como elementos diferenciais nas pessoas.
Mas com o tempo, percebeu-se que ter um QI alto não era garantia de sucesso e de felicidade. As pesquisas de Goleman trouxeram um novo conceito, o da inteligência emocional (QE), essa capacidade humana de autoconsciência, controle de impulsos, persistência, empatia e habilidade social. Para ele, a inteligência está ligada à forma como negociamos as nossas emoções, e isso mostra porque pessoas com QI alto fracassam e pessoas com QI mediano têm sucesso na vida.
Mas, a partir de vários estudos, artigos e conversas, percebeu-se que ambas – inteligência cognitiva e emocional – são muito importantes, mas sozinhas são insuficientes quando se trata de relações humanas. A verdade é que, nas relações, é onde tudo acontece: família, trabalho, amigos, projetos. Então, não basta ter apenas Inteligência Emocional (QE) e Inteligência Cognitiva (QI), é preciso saber se relacionar. Chamamos essa terceira inteligência de Inteligência Relacional (QR).
O que é Inteligência Relacional?
É o modo como lidamos com as relações. Ou seja, é como entendo o que acontece entre Eu e o Outro, sendo esse outro uma pessoa, um grupo, uma sociedade.
É quando nos damos conta de que existe a forma como eu vejo as coisas, mas há também a parte do outro, como ele vê, como ele sente e como percebe o que está acontecendo.
“Na hora em que nos damos conta disso, abrimos a possibilidade de aprender das relações e entendemos que é preciso ser inteligente para caminhar junto”.
Esse “campo” criado quando duas ou mais pessoas se relacionam é um rico espaço, cheio de diferença e que contém o germe da novidade, o desafio da terceira via, a construção da possibilidade. Um espaço onde a vida se recria e se constitui pelo encantamento de ser quem somos sem nos sentirmos ameaçados pela diferença, onde somos autorizados a construir novos caminhos juntos.
Por isso, entende-se Inteligência Relacional como “a capacidade de ler dentro dos relacionamentos” para entendê-los e neles interferir de modo a produzir uma vida mais intensa e verdadeira e com mais efetividade.
Desde a visão mais micro e particular (pessoas e famílias), até a visão mais macro (humanidade), vê-se um crescente mover da violência, da intolerância, das relações abusivas, da agressividade e das guerras, por motivos cada vez mais fúteis, revestidos muitas vezes de políticas de estado ou de conveniências pessoais. Daí a necessidade de entender como tais relacionamentos se fundam e como podem ser revertidos para uma qualidade de vida melhor em todos os sentidos.
Vários institutos e universidades ao redor do mundo têm apresentado pesquisas sobre o embrutecimento da humanidade. No entanto, todos concordam que nada precede o ato relacional. Tudo surge dele e a partir dele tudo se faz, independente de raça, tribo, língua, povo, etc. Independente também do quanto de tecnologia embarcada, do que cada povo ou nação possui, tudo se dá dentro dos relacionamentos.
Como nasceu o conceito de Inteligência Relacional?
Esse conceito surge na mesma trilha de tantas outras tentativas de entender o fenômeno humano para, não só explicá-lo, mas permitir que nos tornemos seres humanos melhores.
Ele é sustentado por diagnósticos relacionais e dados de realidade, e bebe em fontes como a Teoria Geral dos Sistemas de Ludwig Von Bertalanfy, pela Auto Poiése de Humberto Maturana, pelos ensaios sobre a sociedade líquida de Zygmunt Bauman, e pela Ontologia da Linguagem de Rafael Echeverria, entre outros.
Como a Inteligência Relacional pode nos ajudar a ter uma vida mais plena?
Ser inteligente nos relacionamentos, entender como eles são constituídos e como ocorrem nos permite descobrir muitas razões pelas quais construímos, por exemplo, relações fadadas ao fracasso; nos permite entender o porquê das dificuldades de comunicação em todos os ambientes, sejam familiar, social ou profissional. A Inteligência Relacional nos fornece técnicas, ferramentas e um novo aprendizado para lidar melhor com nossos afetos ou com nossas equipes. Professores melhoram substantivamente suas relações acadêmicas e os alunos sentem-se mais estimulados no processo de aprendizagem. Um médico escuta melhor a queixa de seu paciente, um advogado entendem mais sistemicamente as demandas da família litigante, o pároco é capaz de ser mais cuidadoso com seu rebanho.
“Isso tudo, que antes da Inteligência Relacional era tido como ‘educação’ e ‘bom senso’, com ela, passou a ser uma competência que pode ser adquirida e desenvolvida.”
Eu posso medir meu Coeficiente de Inteligência Relacional (QR)?
Pode sim. O teste de Inteligência Relacional, pesquisa já validada e que contém, atualmente, uma amostra de mais de 3 mil pessoas, pode indicar o seu estado atual e suas possibilidades de desenvolvimento de suas competências relacionais, analisando duas dimensões da vida humana:
- A Dimensão Temporal cuida do passado, como a referência histórica de cada pessoa e que estabelece, em muito, o modo como ela se vê no presente. E cuida do futuro, como projeção das expectativas. É nele, no futuro, que vamos viver o resto de nossas vidas.
- A Dimensão Relacional cuida do “eu” no sentido de como minha identidade foi forjada na vida, como aprendi o que aprendi, com que valores, crenças, certezas e princípios eu lido com o que me acontece. E cuida do outro, entendido como todos aqueles para além de mim. No domínio do outro, aprendo o quanto sou sociável, cordato, resignado ou ressentido e o quanto os outros me deixam em paz, em aspiração e em encantamento.
Se você quiser medir o seu QR, convido você a clicar aqui e fazer seu teste. Você vai precisar de cerca de 20 minutos para responder. Sugiro também se concentrar durante o teste e ser bastante sincero, para que seu resultado seja o mais fiel possível. Bom teste!

Vivemos em um mundo que já traz muito pronta a noção de sucesso. Existem mil e um vídeos, blogs e livros nos mostrando os caminhos para a felicidade, a receita para nos tornarmos bilionários, as 10 dicas fundamentais para ser bem-sucedido. Com esse excesso de informação e de afirmação, parece que a vida ficou plastificada e que todos nós devemos seguir o mesmo caminho, já trilhado por outros, para nos tornarmos (ou melhor, para mostrarmos ser) aquilo que pode ser chamado de “bem-sucedido” ou de alguém que “venceu na vida”.
Muitas pessoas que procuram o coaching vêm com essa expectativa: “dominar o mundo”. E sim: podem e vão! Mas, antes disso, é preciso ter a primeira quebra de paradigma: pensar que mundo é esse que se está querendo dominar e o porquê. Para nós, coaches ontológicos da Homero Reis – Inteligência Relacional e Coaching, não basta saber aonde se quer chegar. É fundamental saber o porquê desse desejo e como ele se conecta com quem você é.
É preciso soltar a velha coerência. Quantas vezes dizemos que queremos uma coisa e nos comportamos de maneira oposta? Quantas vezes nos comprometemos com um projeto (focar na carreira, se exercitar, acordar mais cedo para meditar, estudar, passar em um concurso, passar mais tempo com a família, se dedicar a um hobbie, entre tantos outros) e não conseguimos sustentar? Aqui é o momento de percebermos o que está se passando para que isso aconteça. É preciso ver o que você está disposto a soltar e o que precisa aprender para fazer diferente, mas que ainda não sabe.
Aqui já há a primeira grande transformação que o processo de coaching ontológico pode promover: tirar este olhar plastificado e automatizado para a vida e fazer você refletir sobre o quê deste mundo é realmente seu.
A ideia deste primeiro momento é ampliar seu olhar sobre si mesmo e sobre o mundo, sem críticas ou julgamentos. Fazendo isso, você tem a possibilidade de entender melhor seus padrões, o que tem te movido na vida e quais são as dores e as delícias de ser você quem você é.
Então, vem a segunda mudança: você começa a sair de um discurso de vitimização (em geral com raiva, ressentimento ou mágoa) para uma fala mais protagonista e empoderada, entendendo como você faz parte daquilo que acontece na sua vida. Quais são os padrões que você tem repetido, quais são as crenças que tem te limitado e para onde você quer expandir.
O processo de coaching ontológico promove esse olhar de forma estruturada, com conexão com aquilo que há de mais importante em você – o seu Ser autêntico. Seu coach será seu companheiro de jornada, aquele que vai testemunhar seu caminho construindo junto com você o que há para aprender, o que já está posto e o que há para soltar e desaprender.
Gosto de me referir a este caminho como um mergulho, na verdade. Um mergulho em si mesmo, para encontrar a pérola – seu ser autêntico -, aquilo que há de mais precioso em ser quem você é, aquilo que o torna único. Esse mergulho é importante porque, uma vez que encontramos esse espaço interno de autenticidade e verdade, encontramos aquilo que dá sentido à nossa vida. Nada é mais poderoso do que isso! Neste espaço, a vida se expande, mil possibilidades surgem e você está no centro dela, para descobrir e decidir o que quer construir, o que está por vir. Este espaço de encontro com nosso Ser autêntico é a maior transformação que podemos viver.
Nos mantermos conectados com ele – nosso Ser autêntico – é o grande desafio: é quando começamos a voltar à superfície depois de um maravilhoso mergulho. O ser autêntico vira o trampolim com o qual ganhamos o impulso necessário para voltar à superfície. Ele potencializa a subida e torna as ações e os novos projetos muito mais significativos, porque nasceram a partir daquilo que realmente faz sentido e ecoa em você.
Aqui não há mais uma definição pronta de sucesso, não há automatismo, não há verdades emprestadas nem engolidas à força, não há receita. Aqui há você, no auge de sua autenticidade e exuberância, pensando, sentindo e querendo se colocar na vida a partir da sua integridade. Nesta subida, é o momento de avaliar o que você consegue e quer deixar ir, para deixar vir o futuro que almeja.
É hora de abraçarmos o silêncio, outra grande transformação que o processo de coaching ontológico promove. Silenciar as vozes exteriores para melhor escutar as vozes de dentro. As respostas mais importantes e transformadoras habitam no silêncio. Quando conseguimos silenciar, conseguimos escutar as vozes que nos movem e, aí, a criatividade começa a ter lugar e a novidade pode se inventar. Quando isso acontece, começa a construção de novos cenários, novas possibilidades, novas projeções de vida. A gana por realizar toma conta de todo o ser. Há espaço para a celebração e o regozijo, porque você começou a aprender quem é no mundo e como pode e quer contribuir.
O sucesso deixou, então, de ser um lugar de chegada para se tornar o próprio caminho, pessoal e intransferível, seu. Autenticamente seu.
Assim, caminhando lado a lado, seu coach o auxiliará a manter a qualidade dessa nova descoberta no caminho de volta à superfície para trazer à tona aquilo que é precioso, banhando de significado a vida, tornando-a uma experiência única.
Perceba que todo esse movimento (mergulho e subida) forma a letra “U”. A teoria “U” é uma das tecnologias de aprendizagem social mais avançadas da atualidade. Desenvolvida no MIT (Massachusetts Institute of Technology), essa tecnologia foi absorvida por nós e se tornou a base, juntamente com a ontologia, a partir da qual desenvolvemos o nosso modelo único de fazer coaching.
Fazendo o “U”, saímos do automatismo para um processo de degustação, de aproveitar e celebrar cada instante da jornada, entendendo-a como parte da vida; como preciosa, porque sempre nos possibilita revelar aquilo que há de único em cada um de nós. E isso promove mais uma linda transformação: o contágio ou a inspiração.
Ao se permitir fazer essa jornada de encontro consigo mesmo, há quem perceba que seu propósito e significado não se finda em si. É sempre algo que colocamos como oferta no mundo e, ao fazermos isso, construímos possibilidades e encorajamos outras pessoas a fazerem o mesmo: sair do automatismo para um processo de autenticidade e entrega real à vida, aos outros e ao mundo. Aqui está a grande transformação e, quem sabe, o sucesso autêntico.
Nesta busca, muita gente me questiona qual a diferença entre o coaching e a terapia. E mais: uma vez compreendido o coaching, se deveria passar pelo processo de coaching ou se deveria fazer uma formação em coaching. Para isso, eu preparei uma videoaula especial que pode ajudar você a esclarecer e a fazer uma escolha mais consciente diante dessas dúvidas.
Clique aqui para assistir. Espero que te ajude! Seguimos juntos rumo à autenticidade.

Sou psicóloga e coach há mais de 15 anos e desenvolvo, na minha vida profissional, as duas atividades. Quero começar falando sobre o coaching.
Vivemos um boom do coaching no Brasil. Mas ainda não chegamos nem perto do número de coaches existentes em países onde a profissão é mais desenvolvida. Se nos EUA e na Europa temos 40 coaches para cada 1 milhão de habitantes, no Brasil temos apenas 5. Nos EUA, o cargo de coach em organizações já está se tornando comum, realidade bem diferente da nossa. Isso nos dá uma dimensão do quanto o coaching ainda tem para crescer no Brasil, e também do quanto a população em geral ainda não conhece o coaching.
O que me faz pensar que não faz mal nenhum as mídias ajudarem a popularizar o termo. Mas o problema começa quando a própria mídia não entende o coaching – ou entende parcialmente – e, embora de forma lúdica, transmite uma ideia equivocada. Na novela global, uma coach ajuda uma mulher abusada pelo padrasto, por meio da hipnose, a se curar. Sobre isso, precisamos esclarecer algumas coisas.
Coaching é um processo que se pressupõe desenvolver competências para se colocar no mundo de forma mais autêntica e, assim, alcançar seus objetivos de vida. Existem várias abordagens diferentes de coaching, mas elas não se destinam a tratar, cuidar ou curar aquilo que está no domínio da saúde mental. Isso cabe aos profissionais da área que estudaram amplamente, fizeram muitas horas de supervisão e se especializaram para melhor cuidar desses temas. Profissionais da psicologia, por exemplo, em geral, estudam psicopatologia, psicofarmacologia, psicofisiologia para melhor compreender os impactos bioquímicos desses sofrimentos na mente e no corpo e, assim, intervir de forma cautelosa.
Quando se trata de sofrimentos e traumas, a pessoa, em geral, está “quebrada”! É a alma que está ferida, em pedaços! Nestes casos, “querer” mudar a realidade não é o bastante, tarefa a que se propõe o coaching. É preciso “poder” primeiro, isto é, ser cuidada pelo profissional que realmente é habilitado para fazer isso. Este profissional possibilitará que a pessoa se recomponha, se reorganize, e possa voltar a “querer” transformar sua realidade e a se colocar de uma nova maneira na vida.
Não há milagre! Não é do dia pra noite. Traumas levam tempo, precisam de reflexão profunda para o paciente elaborar e ver o que realmente faz sentido para ele. O milagre, se assim posso dizer, é a construção do novo hábito, a disciplina para fazer um pouco a cada dia e ir construindo o futuro. E nem precisa dizer que requer muito conhecimento, estudo e especialização do profissional de saúde.
Para meus alunos em formação da Pós-graduação em Coaching, sempre faço questão de deixar claro o que é escopo do Coaching e o que não é. Nestes casos, o melhor a fazer é construir com o coachee a ação de procurar uma ajuda de um psicólogo, de um psiquiatra. Ou apenas declarar, com cuidado, ética e respeito, que estão entrando numa seara que seria importante ter acompanhamento de um profissional da saúde. Quem faz isso, não perde cliente. Só reitera seu profissionalismo e cuidado com o coachee.
Digo isso porque realmente tem me preocupado a leviandade que tenho visto em relação a isso. Formações-relâmpago de coaching estão colocando no mercado pessoas que nunca atenderam ninguém (e que na verdade precisariam ser atendidas primeiro) e encorajando-as a lidar com o humano lançando mão de um conhecimento raso e sem horas de experiência para saber o que realmente significa atender uma pessoa. Falta estudo, falta profundidade, falta compromisso e respeito com o humano, que busca este serviço acreditando na proposta.
É claro que temos excelentes profissionais coaches que atuam com excelência e cuidado. Mas precisamos estar atentos ao que está sendo vendido e a promessa. Milagres não existem! Tenho recebido muitas pessoas no consultório com feridas geradas por intervenções deste tipo.
Precisamos ter mais cuidado, afinal, o processo de Coaching é uma das abordagens que pode ajudar quem está no fundo do poço, mas ele não serve pra quem está num poço sem fundo. Para encontrar ou ajudar a construir o chão, existem outros profissionais mais bem preparados. Estejamos atentos!

Não é pelo fato de que você discorda ou concorda comigo que estamos alinhados ou desalinhados. O fato é que nós precisamos ajustar as expectativas que temos.

CONFLITO ENTRE OS COLABORADORES E A ORGANIZAÇÃO
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Processos de mudanças muito bruscos;
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Processos intempestivos;
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Prazos tidos como abusivos;
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Incoerência entre o falar e o agir corporativo;
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Objetivos e metas impossíveis de serem alcançados;
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Falhas de comunicação;
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Indisponibilidade ou má distribuição de recursos;
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Interpretação equivocada de fatos;
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Imposição de novas regras e restrições;
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Lideranças tóxicas;
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Abuso de poder.
COMPETÊNCIAS CONVERSACIONAIS COMO FERRAMENTA DE ALTO DESEMPENHO PARA SOLUÇÃO DE CONFLITOS
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Entender a diferença entre fatos e interpretações. Os fatos não são passíveis de “discussão”. Fato é fato. Não está sujeito a debate, nem a opinião. O colaborador chegou atrasado 30 minutos todos os dias da semana. Isso é fato. Se isso é bom ou ruim, depende da interpretação que faço dos fatos e das referências que tenho. Isso posto, um time (ou pessoa) de alto desempenho é expert em separar fatos de interpretações. Isso é básico nas competências conversacionais e já resolve grande parte dos conflitos;
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As diferenças não são, necessariamente, combustíveis para a “inimizade”: Aprender a relacionar-se com a diferença na perspectiva da aprendizagem de novas possibilidades é uma boa competência para resolver conflitos. Quando se é treinado a pensar na diferença como algo que o outro sabe e enxerga, mas que eu não sei ou não enxergo, minha emocionalidade sai da tentativa de convencer o outro para a possibilidade de aprender algo novo;
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Capacitar o time a buscar pontos de conexão em comum: Por mais diferentes que sejam as posições existentes, sempre há pontos em comum. A forma conversacional que nos ajuda a resolver conflitos, a partir desse princípio, é capacitar o time (ou as pessoas) a buscar pontos de conexão comuns, voltados para o “problema” que se tem. Manter a visão do grupo no quadro geral a partir dos pontos em comum dos diferentes observadores ajuda a esmaecer o sentimento de competição e a formular princípios de cooperação, colaboração e parcerias;
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Objetividade e clareza na comunicação: Uma frase atribuída a René Descartes nos ajuda a entender isso: “Defina os termos que as divergências cessarão”. Uma visão “coletiva” clara da situação atenua conflitos.
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Levar o time ao desenvolvimento da “contenção”: Nem sempre é fácil ser objetivo e claro quando uma situação é complexa ou que envolve temas de alta emocionalidade ou passionalidade. Nesses casos, é fundamental usar a técnica de retardo das reações para permitir o processamento e a expressão dos sentimentos em outra emocionalidade. Por isso, a crença popular nos desafia a “contar até dez” antes de responder. Isso garante mais acerto nas conclusões e evita que o foco se perca durante uma conversa;
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Antecipar-se ao conflito: A maneira de lidar com um conflito depende de algumas variáveis. Intensidade, duração, contexto, sentimentos de perda e injustiça são algumas delas. Muitas vezes, usamos a técnica do “deixa para lá que o tempo resolve”. Na verdade, o tempo só aprofunda ressentimentos e resignações. Ter competência conversacional para solução de conflitos é capacitar o time (ou as pessoas) a “desenhar” cenários antecipadamente. Diante de tal fato, o que poderá acontecer? Essa é uma boa forma de antecipar-se ao conflito. Quando um cenário desenhado acontece, o impacto nas relações entre as pessoas é bem menor e a capacidade de enfrentamento “saudável” é infinitamente maior. Isso diminui a intensidade das emoções e torna o conflito mais “administrável”.
LIDANDO COM AS DIFERENÇAS NO PRINCÍPIO DA INTELIGÊNCIA RELACIONAL
“O que torna um conflito bom ou ruim é a atitude frente a ele”

Dia desses visitava um cliente. Enquanto o aguardava fiquei na sala de espera observando a dinâmica dos colaboradores daquela empresa. Atento às falas, aos movimentos e comportamentos dos profissionais dali, pude observar algo que sempre me chama a atenção: o clima organizacional.
Segundo o Portal RH (http://www.rhportal.com.br/artigos), Clima Organizacional é o conjunto de propriedades mensuráveis do ambiente de trabalho percebido, direta ou indiretamente pelos indivíduos que vivem e trabalham neste ambiente e que influencia a motivação, o comportamento, a produtividade e os relacionamentos dessas pessoas.
Do ponto de vista organizacional, clima é o indicador de satisfação dos membros de um sistema produtivo qualquer, em relação aos diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente desse sistema, tais como: políticas de RH, modelo de gestão, processos de comunicação, valorização profissional e identificação com a empresa e relacionamentos.
A organização e as condições de trabalho, bem como as relações entre os colaboradores condicionam em grande parte a qualidade da vida e os resultados corporativos. Construir um clima propício para o trabalho e a convivência em grupo é estar contribuindo no desenvolvimento concreto e pessoal de todos os elementos fundamentais que nos fazem seres humanos: autonomia, legitimidade, diferenças e liberdade, tanto no domínio individual como social.
No tempo em que fiquei esperando meu cliente, observei um elevado grau de ansiedade das pessoas, instabilidade de humor, relacionamentos indelicados, muita movimentação, muito individualismo e pouco resultado. As pessoas cumpriam seu papel no trabalho como se aquilo fosse um fardo bastante pesado. Era visível a enorme quantidade de energia usada para manter as coisas mais ou menos sob controle, desviando-as dos fatores produtivos e relacionais realmente necessários.
Pois bem, para se melhorar o clima organizacional é necessário entender um pouco mais fundo a questão dos relacionamentos humanos.
As relações entre pessoas nos sistemas organizados ocorrem a partir de dois movimentos: vertical e horizontal.
O movimento vertical se caracteriza pelas relações hierárquicas. Tradicionalmente tal movimento era construído por ações desumanas e unilaterais, onde predominava
os desmandos, a manipulação pelo medo, a competitividade entre colegas e a insegurança entre as pessoas. Com a humanização dos processos gerenciais e a reorganização do trabalho, novas características foram incorporadas a esse movimento: qualificação, polifuncionalidade, visão sistêmica do processo produtivo, rotação das tarefas, autonomia, flexibilização e harmonia relacional.
A tendência, hoje, observada em organizações de alto desempenho, é ter colaboradores com maior escolaridade, competência, eficiência, espírito competitivo, criatividade, qualificação e empregabilidade. Tal política, no entanto, visa um melhor ambiente e uma maior produção, obtida antes, pela eficiência e pelo trabalho intelectual do que pelo excesso do esforço físico. Isso inclui agilidade das empresas diante do mercado, sem perder a noção de qualidade relacional que deve ser a tônica do clima onde se realiza o trabalho.
Significa também, atender às demandas do mercado, o que leva os profissionais a terem que se adaptar e aceitar as constantes mudanças e novas exigências das políticas competitivas no mercado global, bem como construir relações internas que promovam a saúde e a qualidade de vida. Manter essa equidade é, hoje, sinônimo de eficiência.
O fenômeno horizontal está relacionado à pressão para produção. Tradicionalmente isso era feito, devido à instabilidade do mercado, a partir do medo que a perda do emprego gerava e as poucas alternativas formais que se tinha até então de manter-se empregado. O enraizamento e a disseminação do medo no ambiente de trabalho criavam possibilidades de atos individualistas e tolerância às práticas autoritárias que sustentavam a cultura da subserviência. No entanto, esse fato, hoje, está mudando. A estabilidade econômica, o espaço para o empreendedorismo e as conquistas trabalhistas, já não permite mais a gestão organizacional a partir da cultura do medo.
Algumas organizações que ainda atuam com esse clima, fatalmente irão descobrir, mais cedo do que pensam o alto custo em manter tal cultura. Atuar a partir de autoritarismo, estimular a competição sistemática entre colegas, incentivar a indiferença ao outro e explorar os profissionais até o limite da sanidade relacional, é uma das formas mais efetivas de aumentar custos, perder clientes e sair do mercado.
Este fenômeno provoca o rompimento dos laços afetivos entre os pares, aumento do individualismo e instauração do ‘pacto do silêncio’, com também o ‘pacto da mediocridade’. As consequências mais comuns são: relações afetivas frias e endurecidas, comprometimento da saúde, da identidade e da dignidade, sentimento de inutilidade, descontentamento e falta de prazer no trabalho, aumento do absenteísmo e diminuição da produtividade.
Construir ambientes de trabalho e convivência cujo clima seja saudável é uma questão de retorno à humanidade. É valorizar o que nos constituiu como seres humanos, é primar pela qualidade de vida e pela vida de qualidade, antes de qualquer valor econômico por si mesmo.
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Desenvolvemos uma ferramenta online para avaliarmos as 5 dimensões da cultura da sua empresa/organização.
O Exame da Cultura Organizacional foi desenvolvido para identificar os ambientes que compõem a cultura de uma dada organização e como tais ambientes se relacionam com seus resultados, ajudando o gestor a tomar as melhores decisões para promover o desenvolvimento organizacional.
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Quando completei cinquenta anos, fiquei perplexo. Nunca pensei que chegaria tão longe. Nos meus sonhos de infância, essa idade era atributo dos mais velhos, e eu, certamente, não me imaginava “mais velho”. Mas, fato é, os cinquenta chegaram, e já, já serão cinquenta e “uns”. Hoje sou um “mais velho”, teoricamente mais sábio, mais prudente, mais conhecedor da vida. Teoricamente, porque, de fato, me parece que a única coisa efetiva dessa ideia de idade é que com o tempo a gente aprende a ver as coisas por outro ponto de vista. Não sei se melhor ou pior, mas, certamente, diferente – isso é um dos atributos das idades: fazer a gente ser diferente a cada dia. Particularmente, gosto da ideia. A gente acaba por ver o mundo sobre uma perspectiva talvez mais integral, mais plena. Aprende-se a não ser o centro do universo. No meu caso, pelo menos, tem sido assim. Essa perspectiva, no entanto, tem se apresentado sempre a partir de uma boa recordação das histórias que ouvia na infância: os contos de fadas. Não sei porque, mas tenho me lembrado deles e tenho escrito muito sobre eles. Meus alunos sabem disso. Esse é o caso da história desse texto. Um dia, meu amigo e colega Prof. Pontes passou-me um e-mail falando sobre a Roupa Nova do Rei, um conto de Hans Christian Andersen. Uma história da infância que nos revela muito sobre as relações entre as pessoas. Pois é! Dessa lembrança surgiram algumas reflexões. Aí vão elas.
Pra começo de conversa, é bom fazer um resumo da história para aqueles que não a conhecem.
Era uma vez – toda boa história começa assim – um reino. Um reino governado por um rei muito vaidoso que gastava todas as riquezas do reino com sua vaidade. Carros, joias, viagens, massagens, banhos florais, plásticas e tudo o mais que pudesse fazer algum efeito em sua aparência. Mas, de tudo isso, o que ele mais gostava eram as roupas. Seu guarda-roupa vivia entulhado das mais finas e caras peças da moda.
Aliás, isso era motivo de críticas severas de todos os seus assessores, sem falar dos inimigos políticos, que viam nessa prática bons motivos para desqualificá-lo. O povo sofria com a falta de recursos, porque todas as riquezas eram gastas com a vaidade do rei e as coisas que precisavam ser feitas não o eram. Mas, no fundo, no fundo, ele não era um mau rei. Desorientado, talvez.
Um dia, dois espertalhões, sabedores das loucuras desmedidas do rei por causa de sua vaidade, apresentaram-se no palácio real como sendo grandes costureiros de uma longínqua terra mágica. Diziam-se capazes de fazer a mais bela de todas as roupas, uma roupa tão perfeita que tornava quem a usasse incomparavelmente belo. O rei logo se interessou pelo assunto. Com uma roupa dessas, ele seria muito mais feliz. Assim, sem mais delongas, tratou de contratar os costureiros mágicos, encomendando a mais bela e cara de todas as roupas.
Assim, os costureiros começaram logo a trabalhar. Depois de tirar as medidas reais, passaram a produzir a tal roupa, trabalhando todos os dias com afinco e determinação, numa produção secreta de fazer inveja a qualquer trabalhador. O rei estava ficando ansioso, porque o tempo estava passando e nada da roupa ficar pronta. O reino também estava vivendo a grande expectativa do dia em que o rei haveria de se apresentar vestido de tal beleza.
Tamanha era a ansiedade, que um dia o rei resolveu ver o que faziam os costureiros e em que pé estava a produção de sua roupa.
Foi até o atelier e surpreendeu-se ao ver que nada estava sendo produzido. Não avistara nem um carretel de linha sequer. Não havia nem um botãozinho pra contar história. Imediatamente, cheio de raiva e frustração, foi ter com os costureiros para exigir deles uma explicação para aquilo.
— Senhores, como pode ser isso? Contratei-os para cozer uma roupa real, mágica e bela, mas vejo que nada está sendo feito! – disse o rei,
— Perdoe-nos, Vossa Alteza, mas tudo está sendo feito a seu
tempo. Aliás, estamos adiantados na confecção de sua roupa mágica e podemos lhe assegurar que é a mais bela de todos os tempos. – disseram os costureiros.
— Como, se não encontrei nada no atelier?
— Sim, Excelência, porque a roupa está guardada em local seguro, e, além do mais, por ser uma roupa mágica, só pode ser vista por pessoas inteligentes. Venha, vamos mostrá-la ao Senhor, embora
isso não devesse ser feito antes de concluírmos os trabalhos. Assim, levaram o rei a uma sala onde nada existia, e, com enorme maestria, começaram a mostrar tecido que não se via, linha que não se via, desenhos e modelos que não se viam.
— Veja, Vossa Alteza, que belo recorte temos aqui. Certamente, sendo Vossa Alteza muitíssimo inteligente, pode perceber como ficou bonito esse detalhe nas mangas, esse corte no colarinho,
essa combinação de cores.
O rei, como pessoa inteligente, passou a ver tudo, cores, tecidos, modelos…
Enfim, ficou pronta a roupa. Todo o reino estava ansioso por vê-la. O rei, orgulhoso de sua roupa, mandou que se fizesse uma festa nacional, na qual ele, vestindo a roupa mágica, iria desfilar
para todos os súditos. Também deveria ser explicado que a roupa só poderia ser vista por pessoas que fossem inteligentes.
Os costureiros, depois de receberem uma fortuna pelo trabalho, entregaram a roupa mágica e partiram sem nunca mais serem vistos.
Dia da festa. Povo reunido, o rei vestindo a roupa que não se via, sai pelas ruas da cidade ostentando sua mais nova aquisição. Todos aplaudem e comentam sobre a beleza da roupa.
— Como ficou bem, diziam uns; que belas cores, afirmavam outros; que bom gosto, comentava-se aqui e ali. E transcorria a festa, repleta de gente e de comentários “inteligentes”. Até que, de repente, um súdito menos avisado, insurge na multidão e, percebendo toda a trama, grita: «O REI ESTÁ NU!»
Imediatamente, todos percebem o papel ridículo que estavam fazendo, e o rei, ao contemplar sua nudez, descobre quão insensato estava sendo em sua vaidade.
Bom, essa é a história, contada do meu jeito a partir das lembranças. História que me faz pensar em muitas coisas.
Primeiro, revela que nossa autoimagem é construída sobre alicerces pouco consistentes. Estamos mais preocupados com o que pensam de nós do que com aquilo que somos. Geramos mais ações para construir imagens do que para ganharmos consistência. Fazemos o jogo do poder constituído. Somos capazes de “ver roupas mágicas” apenas para sermos “inteligentes” aos olhos dos outros, mesmo que isso nos torne ridículos. Essa enorme necessidade de sermos aceitos a qualquer custo torna-nos vulneráveis e incapazes a um honesto processo de autoconhecimento.
Segundo, denuncia a tirania do poder. “Veja o que o rei quer que seja visto”, assim você continuará sendo amigo do rei e, obviamente, usufruindo os benefícios da Corte. Submetemo-nos ao senso comum porque é mais fácil transitar pelo caminho da aquiescência do que sugerir um novo caminhar. O poder sabe disso. As estruturas de comando instaladas na sociedade usam desse artifício para manter os “súditos” em total estado de alienação. Vive-se das aparências, mesmo sabendo que estamos nus. O medo de ser diferente paralisa a criatividade, inibe o desenvolvimento, impede uma honesta construção das novidades, nos aprisiona ao óbvio, nos impede de sermos honestos.
Terceiro, a história nos conta de um rei que não foi capaz de encarar suas próprias limitações. A associação de fragilidades com o poder socialmente constituído faz de nós tiranos. O professor Rubem Alves dá a receita para se fazer tiranos. Diz ele: “pegue alguém com certezas plenas, verdades
absolutas, convicções definitivas e lhe dê poder. Está pronto o tirano”. Pessoas que não se veem, que não identificam suas fragilidades, que não percebem suas fraquezas, que não entendem suas limitações, são pessoas incapazes de pedir ajuda. Isso as torna solitárias e defensivas. Porque a capacidade de pedir ajuda é uma das maiores ferramentas na construção dos processos de aprendizagem social, e a solidão, o maior de todos os males. Só aprendo quando reconheço que não sei e que preciso daquele conhecimento. Reconhecer a necessidade é o primeiro passo, descobrir que o outro pode ajudar é o segundo, o terceiro é pedir ajuda. Isso nos envolve com o outro, torna-nos participantes, cria interação, desenvolve o senso de identidade.
Quarto passo, o de que há sempre alguém à espreita de um vaidoso. Somos presas fáceis na medida em que não vemos nossa própria vaidade. O rei acredita no absurdo porque necessita do absurdo para alimentar sua própria vaidade. Acredita na magia barata, seja ela qual for, porque não suporta sua própria contingência. Aí está o terreno fértil para o surgimento dos “salvadores da pátria”, dos curandeiros de ocasião, dos leitores do futuro, dos profetas de plantão. Quando não se compreende a própria limitação, transfere-se a gestão da vida para quem não tem nenhuma responsabilidade para com ela. O rei dilapida o reino para se satisfazer. Os “costureiros mágicos” partem antes que se constate que o rei está nu e a sociedade, perplexa, se vê cúmplice de sua própria mazela.
Quinto passo, sempre tem alguém lúcido por perto. O súdito “menos avisado” é alguém que revela o que todos podem ver, mas que não querem ou não se interessam em ver. Essa denúncia revela que é possível desmontar a trama em que nos envolvemos se optarmos por um compartilhamento honesto de nossas próprias percepções. Não no sentido da competição por ser o mais certo, por se ter a palavra final, para ser a nova referência do grupo ou coisa assim. Mas um honesto compartilhar, no sentido de se apresentar novas possibilidades como simples possibilidades. De propor uma nova via para o conhecimento e para a ação.
O rei está nu, essa é a visão fatal. Ela expõe nossa condição ao revelar a superficialidade das relações. Se por um lado é doloroso saber que o rei está nu, por outro é condição necessária para, de fato, se vestir. Portanto, a denúncia não se torna um fim em si mesmo, mas, antes, uma possibilidade
de solução real. O rei está nu, todos estão nus. A vergonha do rei é a expressão da vergonha do reino. Nada há no poder que não emane de quem o constituiu. Portanto, a história nos leva a refletir sobre as coisas às quais atribuímos valor. O que é relevante para mim? Como gasto meu tempo? O que tem prioridade em minhas decisões? Como escolho em quem votar? Em que invisto minhas competências? Essas e outras perguntas de mesma natureza podem nos levar a descobrir o que “está nu em nós”.
Ser capaz de entrar nesse processo de autoconhecimento descortina muito de nossa natureza, gerando uma real possibilidade de intervenção criativa na composição dos relacionamentos. Ser capaz de entrar nesse processo possibilita uma integração maior entre os membros de um grupo, de modo que as diferenças existentes passam a ser vistas como possibilidades e não como ameaças. Por fim, ter os olhos atentos ao que está acontecendo no contexto nos faz entender que o rei está nu, mas que ainda é rei.

A experiência é inenarrável! Tem coisas que a gente só conhece se experimenta. Não adianta o outro falar, não adianta ler livros, assistir vídeos, fazer cursos, teorizar. Tudo isso é muito importante, mas se quiser saber mesmo é preciso vivenciar. É o caso de pular de paraquedas. Essa experiência nos ensina sobre muitas coisas!
Um dia, depois de muito pensar e refletir, você decide que vai pular de paraquedas. Os amigos já pularam, você viu gente dizendo que é incrível, etc. Você não quer ser paraquedista. Só quer ter a experiência. Então descobre onde isso acontece e parte para a execução do desejo. Aqui já tem alguma coisa para se refletir. Tem muita gente que fica pensando, pensando, pensando, desejando, desejando, desejando e não faz nada. Morre na intenção. Mas você não! Você quer pular de paraquedas e “correu atrás”. Chega no local, o coração já acelerou um pouco quando viu que “o buraco parece ser mais embaixo”. Um pensamento passa pela cabeça: será que a ideia é tão boa assim? Mas, tudo bem, ainda estamos na zona de conforto. O instrutor se apresenta, lhe informa da sua (dele) autoridade e credenciais e passa a lhe tratar como “um discípulo”: dá as informações, mostra poses, simula situações, orienta sobre os procedimentos, conta como vai ser o passo-a-passo. Você lá, firme (será???). Mas a coisa continua. Agora chegou o momento de aparamentar-se. Você veste o macacão, coloca o capacete, prepara o celular para a filmagem. Afinal tudo precisa ir parar nas redes sociais. O instrutor faz as últimas simulações: prende você nele porque seu salto será “assistido”, lhe coloca na posição que você deverá ficar quando estiver na porta do avião para saltar. Porta do avião, saltar? Eita! Essas palavras passaram a ter um outro sentido. De repente você percebeu um pequeno tremor nas pernas. Bobagem! Vamos em frente! O bambu treme mas não quebra.
Tudo certo, você caminha agora para o pátio onde está o avião (aviãozinho, diga-se de passagem). Como é que alguém pode acreditar que aquilo vai voar e que é seguro? Ainda mais cheio de gente? O tremor nas pernas fica um pouco mais forte e já reverbera na voz. O ar está pouco por aqui (você pensa enquanto o fôlego parece diminuir). Mas coragem é coragem; pelo menos por enquanto. Você segue com aquela sensação de “o que é que eu estou fazendo aqui”. Nesse momento a vontade de ir ao banheiro aparece, você precisa ligar para alguém, pensa num compromisso importante, acha que não está preparado… Será mesmo que vou fazer isso? Sério, serião??? Meu Deus! Onde é que fui me meter. O aviãozinho ficou mais “zinho” ainda e você entrou em estado de dormência.
Você chega perto “daquilo” e pela primeira vez tem a clareza de como as sardinhas se sentem dentro da lata. Mas a razão impera. Eu sou um ser humano ou um rato? Na real? Nesse momento você sente que está mais para rato. Sobe a escadinha do avião e tenta mostrar para todos que está tudo bem. Há um sorriso nos lábios que não engana ninguém, muito menos você; as pernas parecem desparafusadas e você fica com aquela vontade de pedir para o instrutor “segura minha mão???” Agora é “a hora da onça beber água”.
O aviãozinho corre desesperadamente pela pista, num ritmo frenético que só o seu coração é capaz de reconhecer: “isso não vai dar certo”. Mas, o bichinho é valente e sobe, sobe, sobre. As coisas vão ficando cada vez menores. Como é lindo o horizonte, a paisagem, a natureza; e você lá, firme “pero no mucho”.
Muito bem, gente! Diz o instrutor ao abrir a porta do avião. Vamos nos preparar porque estamos chegando na área de salto. Você pensa: salto, como assim???? É que você tinha esquecido do propósito enquanto apreciava a vista. E agora José????
Você começa a pensar se foi uma boa ideia, se estava preparado, se aquele era o momento adequado. Olha aí você se boicotando. Todo propósito desejado parece que vai sucumbir. Mas, você vai se superar (pelo menos espera). O que você não sabe é que as coisas vão ficar mais tensas.
O instrutor chama você, lhe prende ao macacão dele e, juntos vão para a porta do avião. “Como um cordeiro diante dos seus tosquiadores você não abre a sua boca”. Posicionados, você e o instrutor seguram na barra de salto. Nesse momento as instruções finais lhe dão todo o “choque de realidade”. É agora! Você não queria saber disso. O instrutor lhe diz: vou soltar a minha mão e você continua segurando firme, ok? Nós só vamos saltar se você quiser, quando quiser. A decisão é sua.
Meu Deus!!!!!! As informações sobre segurança, as estatísticas de sucesso, toda a preparação… Tem o paraquedas principal, tem o de segurança, o “cara” é o melhor paraquedista do mundo, todo mundo diz que é seguro, nunca aconteceu nada de errado… Pô, mas agora é comigo! Sou eu que estou “na fita”.
A história continua. Você, na porta do avião, segurando a barra de saltos com a firmeza de fazer inveja ao super-homem. Nesse momento você entendeu aquela conversa de “tá cortando agulha”. Entre seus dedos e a barra não passa nem pensamentos, muito menos por outros orifícios. E o instrutor insiste: quando você estiver pronto, é só soltar as mãos. Como assim? Só soltar as mãos!!!!!
O instrutor é alguém que já viveu centenas de vezes esse momento e lhe incentiva. Ele é um especialista em motivação, embora nem sempre funcione. Você dá conta, se quiser é só soltar as mãos, ninguém vai lhe forçar a nada, mas é você que tem que decidir. O tempo passa e você descobre a relatividade de Einstein. Cada segundo parece uma eternidade. Você quer saltar? O tempo está acabando. Solte as mãos…
***
Bem é aqui que o “bicho pega”. Você tem duas alternativas.
Primeira, você pode dizer que não consegue saltar, que não quer mais, que o paraquedas pode não abrir, sei lá. Tudo bem, o instrutor entende, respeita e comanda o avião para voltar para o aeroclube. O avião aterrissa e você desce pela escadinha com a sensação de que esteve “quase lá”. Foi por pouco. Essa é a forma mais clara de se entender o conceito e a experiência do que é frustração. Mas, ok, você vai lidar com isso (espero). Afinal não se deve correr riscos desnecessários, tudo tem limites e as terapias estão aí para isso mesmo. Porém, se você escolhe esse caminho, que história você vai contar para os seus netos???? Que você quase conseguiu isso ou aquilo? Como é que você vai se olhar no espelho? O pior é que tem gente que vive a vida inteira se frustrando e dando desculpas. É, mas o que está em jogo vai muito além disso. Você está lidando com certas dificuldades relacionais que precisam ser enfrentadas. Dificuldades que começam com o modo como você se vê no mundo, e isso vai mais além do que pular de paraquedas. Veja, cercar-se de informação, planejamento, tecnologia, recursos, etc, faz com que os riscos sejam minimizados, mas eles continuarão a existir. Viver é conviver com possibilidades e riscos e assumi-los como parte do processo. Quem só quer possibilidades e não aceita os riscos, não realiza o salto da vida. Muitas vezes aprende a preferir o conforto do “galinheiro” do que se arriscar na amplitude dos céus. No galinheiro há segurança, nos céus há liberdade e encantamento. Sobre isso há um livro lindo “A Águia e a Galinha” do Frei Leonardo Boff, que recomendo ler. Muitas vezes nosso medo racionaliza nossas possibilidades e nos convencemos de que somos “galinhas” e não deixamos nossa natureza de águia aflorar. O resultado é uma vida cheia de sonhos sem realização, cheia de vontades mas com pouca ação, cheia de conhecimento mas com pouca construção, cheia de títulos mas com pouca autoridade, cheia de conceitos mas com pouca vivencia. O nome disso é mediocridade.
Segunda, você reconhece sua vulnerabilidade, reconhece que existe um certo risco, assume o medo, enfrenta a si mesmo em nome do seu sonho e desejo. Acredita no que intencionou, planejou, preparou e se propôs a executar. E, contra todo sentimento do medo que paralisa, da autoproteção e da autossabotagem que querem lhe manter na “zona de conforto”, você está encantado diante da nova experiência e de toda aprendizagem que ela contém. Agora é a hora de respirar fundo e, heroica e bravamente, soltar a mão e cair no espaço, no nada, no vazio cheio de infinitas possibilidades. Essa queda livre é uma eternidade, embora não passe de alguns segundos. Nesse instante subatômico, nesse fragmento do microssegundo, na decisão do risco calculado, mas assumido, na intensidade do “jogar-se” é que a vida se constrói, que o “universo se fez”. Agora, solto no espaço, o coração saindo pela boca, a sensação é outra. De repente o paraquedas se abre e você sente que está navegando seguro. O céu foi conquistado e não há nada mais que você possa fazer a não ser viver a experiência. Você está voando, portanto, desfrute. A paisagem reveste-se de cores, formas e significados que você jamais imaginou. Afinal, “não fomos feitos para voar”, mas você está voando. Você superou os limites, atravessou o portal do conforto e, como uma águia, mergulhou no vazio que foi preenchido pela mais alucinante e inesquecível experiência que você jamais havia tido. São poucos minutos, mas sua mente mudou, sua emoção mudou, sua visão de mundo mudou, você é agora uma possibilidade alada. Você voou. Ao chegar no solo, a sensação é tão boa que dá vontade de fazer tudo de novo, agora. Cadê o aviãozinho, quero ele de novo para colocar-me diante do incomensurável. Aliás, “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, disse o Fernando Pessoa. Cada medo, cada momento, cada “risco”, cada insegurança, tudo se incorpora na experiência nova, na possibilidade do futuro que recomeça.
E aí, qual a alternativa que você escolhe? Quanta coisa você tem desejado realizar e que “só falta soltar a mão”? Meu desafio a você, e que tem sido minha luta diária, é ser capaz de permitir deixar-se encantar pelas infinitas possibilidades que nos são apresentadas diariamente. É tornar-se maior do que você mesmo. Os riscos existem, mas são infinitamente menores que as realizações, quando nos dispomos a ousar. Vá, faça o que lhe parece impossível e, de repente, descobrirá que pode construir um novo VOCÊ.
Reflita em paz.
Homero Reis.

A paixão fora intensa e fulminante. Enfim tinham encontrado suas almas-gêmeas, a metade da laranja. Foi tão arrebatador que em um ano estavam casados. Jovens, bonitos, inteligentes, bem-sucedidos, a vida era só alegria, sonhos e futuro. Dois anos depois o primeiro filho, no ano seguinte o segundo; um casal. Como quem herda, não rouba, os filhos saíram aos pais: bonitos, inteligentes, etc, etc, etc. Como se não bastasse, as famílias eram amigas de longa data. O casamento, os filhos e a vida em geral era orgulho e exemplo para muita gente.
De repente, não mais que de repente (será?), a coisa desandou. Já não se entendiam mais. Tudo era motivo para discussões e brigas de fato. Ele a acusava de trabalhar demais, de não cuidar da casa, de não dar atenção devida aos filhos. Ela se sentia só, ameaçada, não desejada, além de julgá-lo um ausente. O carinho já não existia; o sexo, nem pensar; as conversas pouco efetivas, as acusações abundantes de ambos os lados. “Todos ralham e ninguém tem razão”.
Aonde foi parar aquele amor outrora dito eterno?
O fato é que ninguém segurou a barra e a coisa desandou de vez: separaram-se. Emocionalmente destruídos, a amizade familiar fragilizou-se, os filhos ficaram confusos, alguns amigos se afastaram e não tinha ninguém para recolher “os cacos”.
Quem errou? De quem é a culpa? Onde foi que se perdeu o rumo? Apontar culpados ou atribuir causas ao desgaste relacional não é o mais importante. Apenas esteja consciente, que não há paixão ou amor, que resista a incompetência relacional.
Para nutrir relacionamentos, há que se criar um espaço de confiança, de respeito, no qual, diante dos desafios da vida, os sentimentos mais difíceis, as frustrações e as expectativas de um sobre o outro, sejam acolhidas de tal forma que se reflitam no dia a dia do casal.
Não é fácil, mas essa competência relacional pode ser desenvolvida. E saiba que investir tempo, energia e mesmo recursos financeiros é infinitamente menos custoso que o custo de rompimento de uma relação.
Se esse caso lhe soa familiar, se tem algo nessa história que lhe chama a atenção, quero lhe convidar para conversarmos sobre relacionamentos. Você poderá agendar um horário com a Marcela, no marcela@homeroreis.com, ou 061981221916
Abraços.