A Jornada da Rejeição

Entenda, Lide e Supere
por Homero Reis©

A vida e os relacionamentos humanos são complexos e cheios de circunstâncias nem sempre agradáveis, claras e objetivas. Muito pelo contrário. Vivemos em redes relacionais em intensa interação onde as interferências recíprocas são muito mais amplas do que “supõem nossa vã filosofia”. Mas, considerando a história da humanidade, começamos a estudar há muito pouco tempo os impactos (causas e consequências) de nossas interferências recíprocas em nossa saúde pessoal, social e emocional.

É fato que o que nasce da barriga da mulher é a reprodução biológica da espécie; mas, o que nos torna seres humanos é nossa vida sócio-comunitária porque “ser humano é ser social”. É nesse sentido que somos a origem e o destino de nossas competências e fracassos. Com essa distinção básica, começou-se a estudar o que as interações sociais promovem em termos de identidade e de saúde tanto na sociedade como nos indivíduos. Desde então, muitas coisas foram sendo explicadas e entendidas, mas muitas questões novas estão surgindo desses estudos. Dentre elas, o que se tem até o momento como o mais complexo dos sentimentos, e como um dos aspectos mais difíceis de serem compreendidos e cuidados é a questão da rejeição. Nos sentimos rejeitados, aprendemos a viver com isso e rejeitamos os outros num ciclo vicioso contínuo. Mas, amos conversar sobre isso.

Conceituando melhor o termo: Rejeição é uma palavra que evoca uma gama de emoções e experiências complexas. Desde os primeiros dias de nossa existência até os estágios mais avançados da vida, todos nós nos encontramos em muitos momentos, confrontados por esse sentimento desconfortável. Mas o que exatamente é rejeição? Como ela afeta nossa mente, nossas emoções e nosso comportamento? O que filósofos, educadores e religiosos dizem sobre a rejeição? E, o mais importante, como lidar com ela e ser capaz de superar esse desafio emocional?

A rejeição é a sensação de ser excluído, abandonado ou não aceito. Ela pode ser experimentada em diversas formas e em diferentes contextos. Pode ocorrer de forma sutil, como um olhar de desaprovação, uma frase dita por alguém, ou de maneira mais direta e ostensiva, como ser demitido de um emprego, rejeitado em um pedido de amor. Rejeitar alguém significa resistir às suas diferenças, desqualificá-lo a partir de preconceitos, desprezar ou recusar algo ou alguém por qualquer que seja a razão. Estudos mostram que dentre todas as “tragédias humanas”, a rejeição é a que gera as feridas emocionais mais profundas e dolorosas. A dor que ela provoca é mais intensa que a dor da perda e da morte de alguém que amamos muito. O que é mais grave é que a rejeição se faz presente em todos os âmbitos da vida e não se conhece nenhuma mecânica social que não a tenha em seu escopo. Todos os indivíduos, povos, línguas, culturas e raças, ao longo de todo o tempo viveram (ou vivem) situações de rejeição. Isso ocorre desde as relações sociais nucleares, até as relações entre estados, povos e nações.
A rejeição ocorre quando um indivíduo é deliberadamente excluído de uma relação ou interação social por outro indivíduo ou por grupos inteiros, incluindo aí a rejeição de seus pares, a rejeição dos afetos, a étnica, cultural e a rejeição familiar, além das que decorrem de preconceitos de qualquer natureza.

Além disso, a rejeição pode ser ativa, quando promove a exposição do outro ridicularizando-o, desqualificando-o (bullying), ou; passiva, quando ignora o outro. Mas, em qualquer caso, a experiência de ser rejeitado ou de viver circunstâncias inevitáveis de rejeição, embora seja subjetiva, gera inúmeras consequências objetivas na vida. Seus efeitos mais comuns aparecem travestidos de isolamento social, sentimento de exclusão e cancelamento, quebra de vínculos afetivos, “síndrome do estrangeiro”, além de solidão, baixa autoestima, agressividade, depressão, insegurança, dificuldades afetivo-relacionais, dentre outras.
A rejeição é especialmente dolorosa porque a necessidade de interação com outros seres humanos é uma necessidade básica e essencial para a construção de nossa identidade. Segundo Maslow (falarei dele mais a frente), todos os seres humanos, mesmo aqueles mais introvertidos, precisam ser capazes de dar e receber afeto para serem psicologicamente saudáveis. O contato simples ou a interação social eventual com os outros não é suficiente para atender a essa necessidade. As pessoas necessitam formar e manter relacionamentos interpessoais significativos e estáveis para satisfazer necessidades de amar e ser amado, como de pertencimento social. Se algum desses ingredientes (pertencimento e amor), estiverem faltando, as pessoas começarão a sentir-se solitárias e infelizes. Por isso a rejeição é uma ameaça significativa. De fato, a maioria das ansiedades humanas parece decorrer de preocupações sobre a questão da rejeição.

O modo como o indivíduo espera ser reconhecido no meio em que vive é um componente-chave para a qualidade da autoimagem e do modo como ele atua me sociedade. Tanto é que um estudo da Duke University, conduzido por Mark Leary (2022), sugeriu que o objetivo principal da autoimagem é monitorar nossas relações sociais e detectar a possibilidades de rejeição. Nesse estudo, a autoimagem aparece como uma medida da nossa capacidade de tolerar a exclusão. Quando essa taxa é baixa, aparecem comportamentos antissociais (solidão, isolamento, agorafobia, etc); bem como comportamento agressivo, desatenção, impulsividade e altas taxas de ansiedade.
Depois que o indivíduo “admite” viver em estado de rejeição, ou sucumbe-se a esse estado, tende a julgar impossível livrar-se dele e sua vida, no sentido mais amplo, passa a ser determinada por desmotivações, vitimismo, resistência à mudança, comportamento excessivamente rotineiro. No estudo da Duke University, pesquisadores descobriram que, a rejeição quando internalizada como “conduta normal do mundo”, promove quebra de conexões sociais e um vazio existencial preenchido, muitas vezes, por sentimentos de preconceitos e tirania, dando lugar à angústia constante.

É importante considerar que o tema da rejeição é amplo e a maneira como ela pode se manifestar, em diferentes áreas da vida, é complexo e diverso em cada contexto. As principais formas de manifestação do “sentimento” de rejeição, começam com a exclusão passiva por um grupo social ou por alguém, e segue com rompimento amoroso ou preferência familiar, até rejeição profissional, como não ser selecionado para um emprego ou receber críticas negativas reiteradas vezes. Ela também pode ocorrer de maneira sutil, como não ser convidado para um evento, ou de forma mais direta, ser insultado ou menosprezado por outras pessoas.

A rejeição tem um impacto significativo no bem-estar mental e emocional, desencadeando uma série de emoções negativas, como tristeza, raiva, vergonha e ansiedade. Além disso, repetida ou prolongada contribui para o desenvolvimento de problemas de saúde mental, como transtornos obsessivo compulsivo, e as já citadas depressão, baixa autoestima e transtornos de ansiedade.

A rejeição cria um ciclo vicioso e negativo de vergonha crônica em que a pessoa começa a internalizar a mensagem de que não é digna de amor ou aceitação, se envergonha por isso e, por isso passa a acreditar que não é digna de amor e aceitação. Isso leva a um padrão de pensamento e comportamento que tende à autodestruição.

Do ponto de vista psíquico, a rejeição ativa áreas do cérebro associadas à dor física, sugerindo que ela pode ser percebida pelo nosso cérebro como uma forma de lesão emocional. Isso explica por que a rejeição pode ser tão dolorosa e difícil de superar. A psicologia oferece insights valiosos sobre como a rejeição funciona e como podemos lidar com ela. A Teoria da Autodeterminação, (p.ex.), afirma que todos nós temos uma necessidade inata de nos sentir conectados e aceitos pelos outros. Quando essa necessidade não é atendida, experimentamos a dor da rejeição. A resiliência como capacidade de suportar e se recuperar de adversidades e desafios, incluindo a rejeição, é outro indicador importante. A psicologia nos ensina que a resiliência não é algo inato, mas sim uma habilidade que pode ser desenvolvida através de práticas e estratégias específicas que nos fortalecem contra os “estragos” da rejeição.

Freud (Sigmund), ofereceu várias contribuições importantes para a compreensão da rejeição enquanto fenômeno psíquico. Embora ele não a tenha abordado diretamente em sua obra, muitos de seus conceitos e teorias são relevantes para a forma como entendemos esse fenômeno.

Na teoria do complexo de Édipo (p.ex.), usada para explicar o desenvolvimento da sexualidade infantil e a formação do superego, Freud defende que durante a fase fálica do desenvolvimento psicossexual, as crianças desenvolvem desejos inconscientes pelo genitor do sexo oposto e hostilidade em relação ao genitor do mesmo sexo. A resolução bem-sucedida desse complexo envolve a identificação com o genitor do mesmo sexo e a internalização dos valores e normas sociais, enquanto a rejeição desses desejos pode levar a conflitos psíquicos e distúrbios emocionais. A resolução do complexo de Édipo pressupõe a competência para se lidar com a rejeição.

Freud também descreveu uma série de mecanismos de defesa que o ego utiliza para lidar com conflitos e ansiedades. A negação (p.ex.), é um mecanismo de defesa pelo qual a pessoa recusa aceitar uma determinada realidade dolorosa ou perturbadora. Nesse caso, a rejeição é uma forma de negação, onde o indivíduo tenta negar ou minimizar o impacto emocional de uma experiência de exclusão ou não aceitação.

Na teoria sobre o narcisismo, Freud discute a questão do amor-próprio e da autoestima. Para ele o narcisismo saudável consiste em ser capaz de reconhecer sua beleza e de estimar-se por isso, sendo natural ao desenvolvimento humano uma “alta” autoestima. Mas, quando em excesso, o narcisismo leva à rigidez psíquica e à incapacidade de lidar com o fato de que os outros podem discordar de nós. Nesse caso, a rejeição pode ser particularmente desafiadora para os indivíduos com um alto grau de narcisismo, pois ameaça a imagem idealizada de si mesmos.

Embora Freud não tenha tratado explicitamente da rejeição como um fenômeno isolado, suas teorias sobre o desenvolvimento psicossexual, os mecanismos de defesa e o narcisismo oferecem insights importantes sobre como a rejeição pode ser entendida e abordada do ponto de vista psicanalítico. A partir desses conceitos, os psicanalistas contemporâneos continuam a explorar a dinâmica da rejeição e seu impacto na vida mental e emocional dos indivíduos.

Do ponto de vista filosófico, muito se fala sobre a rejeição. Vários filósofos ao longo da história exploraram o tema, oferecendo perspectivas valiosas sobre esse aspecto da experiência humana. Por exemplo, Søren Kierkegaard, o filósofo dinamarquês do século XIX, pai do existencialismo, abordou a rejeição em sua obra “O Conceito de Angústia”. Nela ele explora a ideia de que a rejeição é uma manifestação da angústia existencial, resultante da liberdade e da responsabilidade do indivíduo. Kierkegaard argumentava que a rejeição é uma parte inevitável da busca pela autenticidade e pelo significado na vida. A questão está em saber lidar com ela e não sucumbir-se a ela.

Já Friedrich Nietzsche discutiu a rejeição em relação ao conceito de ressentimento em sua obra “Genealogia da Moral”. Ele sugeria que a rejeição surge como uma reação à inferioridade percebida em relação a outra pessoa ou grupo. Nietzsche via a superação do ressentimento e da rejeição como uma parte essencial do projeto de “maturidade humana “e da afirmação da vontade de poder.

Sartre (Jean-Paul), o existencialista francês, explorou a rejeição em sua filosofia da liberdade e da responsabilidade individual. No livro “O Ser e o Nada”, argumenta que a rejeição é uma consequência inevitável da liberdade de escolha. Ele enfatizava a importância de assumir a responsabilidade por nossas próprias ações, mesmo quando enfrentamos a rejeição dos outros. Para ele, cada escolha pressupõe a renúncia de infinitas outras possibilidades. Saber renunciar é saber lidar com a rejeição.

Michel Foucault examinou a dinâmica do poder e da exclusão social em sua análise das instituições sociais e do controle disciplinar. Na obra “Vigiar e Punir”, ele descreveu como a rejeição pode ser utilizada como uma ferramenta de controle social, marginalizando aqueles que desafiam as normas estabelecidas. Foucault destacava a importância de resistir à rejeição e de lutar contra as estruturas opressivas do poder.

Esses filósofos (dentre tantos), oferecem uma variedade de perspectivas sobre a rejeição, desde sua relação com a angústia existencial e o ressentimento, até sua conexão com a liberdade e o poder. Suas ideias continuam a influenciar o pensamento contemporâneo sobre esse tema complexo e universal.

Mas o que os educadores falam sobre a rejeição? À semelhança da filosofia, os educadores também têm na rejeição um tema estruturante de suas teorias. Jean Piaget, um dos educadores mais influentes e pai do construtivismo, quando tratou do desenvolvimento cognitivo infantil, não se concentrou especificamente na rejeição, mas nos trouxe importantes princípios, no contexto educacional, que têm contribuído com perspectivas sobre como a rejeição pode afetar o processo educacional e o desenvolvimento das crianças. Suas teorias esclarecem como elas lidam com o conflito e a desaprovação. Piaget enfatizou a importância do jogo simbólico e da interação social na aprendizagem das crianças. Ele argumentava que as crianças constroem ativamente seu próprio conhecimento por meio da exploração e da experimentação. O conflito cognitivo entre a construção da identidade e a rejeição natural dos outros, desempenha um papel crucial nesse processo.

Vygotsky, outro importante teórico do desenvolvimento infantil, tem ideias relevantes para o tema da rejeição no processo educacional, com repercussões na vida adulta. Ele enfatizou o papel do ambiente social na aprendizagem das crianças, argumentando que a interação com os outros e a participação em atividades culturais e sociais são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo. Vygotsky introduziu o conceito de “zona proximal de desenvolvimento”, que se refere ao espaço entre o que uma criança pode fazer sozinha e o que pode fazer com a ajuda de um adulto ou colega mais experiente. No contexto educacional, a rejeição por parte dos colegas ou dos professores pode afetar negativamente a autoestima e o engajamento dos alunos, limitando assim seu acesso à zona proximal de desenvolvimento e seu potencial de aprendizagem. Tal processo cria mecanismos que se repetirão na vida adulta. Quando alguém entende que está sendo rejeitado, sua mobilização e seu potencial para a vida, são profundamente reduzidos.

Carl Rogers também abordou questões relacionadas à educação e ao desenvolvimento pessoal, nos dando boas pistas para se entender o efeito da rejeição na vida. Ele enfatizou a importância da aceitação incondicional e do respeito genuíno no processo educacional, argumentando que os alunos prosperam em um ambiente onde se sentem valorizados e respeitados como indivíduos. A rejeição por parte dos professores ou dos colegas, mina a autoestima e a autoconfiança, prejudicando o desempenho acadêmico, profissional, relacional e o bem-estar emocional.

Na hierarquia das necessidades psicológicas de Abraham Maslow, depois de satisfeitas as necessidades básicas (fisiológicas: comer, beber, etc), todos os demais níveis (segurança, social, estima) presumem reconhecimento e aceitação. Segurança e pertencimento são o contraponto à rejeição que, quando não “processada” ameaça toda a estabilidade psicossocial das pessoas e dificulta o processo de aprendizagem, desenvolvimento e engajamento social.

Howard Gardner, conhecido por sua teoria das inteligências múltiplas, mentes que criam e estruturas da mente, também enfatiza a importância do reconhecimento e da valorização das habilidades e talentos únicos de cada um, num contexto de aceitação e acolhimento. A rejeição, ao surgir, pode nos fazer sentir inadequados ou desvalorizados por não nos encaixar em determinado padrão “de sucesso”, o que prejudica substantivamente a autoestima e motivação para a vida.

Carol Dweck, conhecida por seu trabalho sobre a mentalidade de crescimento, sugere que as crenças das pessoas sobre suas próprias habilidades influenciam seu comportamento e desempenho. No contexto relacional, Dweck argumenta que nossas habilidades podem ser desenvolvidas através do esforço e da prática e, se associado a isso também se tem um contexto de aceitação dessas habilidades pelo grupo social, exponencializa-se o desempenho e a saúde tanto da pessoa como da “comunidade”. Por outro lado, se esse contexto é de rejeição, as perdas pessoais e sociais são enormes. A rejeição desencadeia uma mentalidade de “fixação”, onde as pessoas se veem como incapazes de mudar ou melhorar, prejudicando assim seu desempenho, sua motivação para aprender e seu compromisso com a vida. Dweck vai mais além quando afirma que a rejeição é uma forma extremamente agressiva de relacionamentos tóxicos e abusivos.

Na religião cristã, a abordagem da rejeição segue a linha da complexidade, refletindo uma combinação de ensinamentos bíblicos, interpretações teológicas e práticas espirituais que atuam a partir de dois argumentos: 1) A rejeição é um fenômeno decorrente do pecado. O homem rejeitou a Deus e, por isso sofre as consequências de sua escolha; 2) A salvação em Cristo restaura a relação do homem com Deus, afastando a rejeição e criando um novo homem e um povo que vive a partir do amor. Esse povo é chamado de “igreja de cristo”, “corpo de Cristo”, “Reino de Deus”.

As perspectivas da rejeição, do ponto de vista da fé cristã, em seus aspectos negativos e positivos, podem ser resumidos assim:

1. Deus é amor e aceita e ama incondicionalmente cada indivíduo, independentemente de suas falhas ou imperfeições. Essa aceitação divina é vista como uma fonte de segurança e consolo para aqueles que se sentem rejeitados pelos outros.
2. A morte e ressurreição de Jesus Cristo, dá a todas as pessoas a oportunidade de serem perdoadas e reconciliadas com Deus. Isso significa que, mesmo quando nos sentimos rejeitados pelos outros ou por nós mesmos, podemos encontrar esperança e renovação na fé em Cristo, pela aceitação de seu sacrifício na cruz e de sua condição de Senhor.
3. A comunidade cristã (igreja), é vista como um lugar de acolhimento e apoio mútuo, onde os membros são encorajados a se amarem e cuidarem uns dos outros. Os cristãos são chamados a praticar a empatia, a compaixão e a solidariedade, oferecendo conforto e apoio àqueles que estão enfrentando a rejeição.
4. Para os cristãos, a identidade do indivíduo não está enraizada nas opiniões ou julgamentos dos outros, mas sim na sua relação com Deus em Cristo Jesus, como filhas e filhos amados. Isso significa que a rejeição por parte dos outros não define quem somos, pois nossa identidade é encontrada em nossa fé em Cristo.
5. A fé cristã ensina que, mesmo diante da adversidade e da rejeição, podemos encontrar força e esperança na promessa de Deus de que Ele está conosco em todas as circunstâncias. Essa confiança na providência divina nos capacita a perseverar e a superar os desafios que enfrentamos.

A religião cristã aborda a rejeição como um desafio humano comum, mas oferece uma perspectiva de esperança, amor e aceitação divinos, juntamente com o apoio da comunidade de fé. Esses ensinamentos proporcionam conforto e orientação para aqueles que lidam com a rejeição, incentivando-os a encontrar significado e propósito em sua relação com Deus e com os outros.

Aqui vão alguns textos bíblicos que abordam o tema da rejeição: Salmo 27:10 (NVI): “Embora meus pais me abandonem, o Senhor me receberá.” Isaías 53:3 (NVI): “Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e familiarizado com o sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima.” Mateus 21:42 (NVI): “Jesus lhes disse: ‘Vocês nunca leram nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isso vem do Senhor, e é algo maravilhoso para nós’. “Lucas 20:17 (NVI): “Jesus olhou para eles e perguntou: ‘Então, o que significa o que está escrito: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular’?” João 1:11 (NVI): “Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.” Romanos 9:33 (NVI): “Como está escrito: ‘Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha que faz cair; mas aquele que confia nela jamais será envergonhado’.”

Esses textos e tantos outros, refletem diferentes aspectos da rejeição, desde a experiência de ser abandonado pelos outros até a rejeição de Jesus Cristo pelos que o cercavam durante seu ministério terreno. No entanto, eles também transmitem a mensagem de esperança e redenção, mostrando como Deus pode transformar a rejeição em algo significativo e poderoso.

Mas, a boa notícia é que todos esses filósofos, psicólogos, educadores, sociólogos, e as orientações da fé cristã, oferecem perspectivas valiosas sobre a rejeição, tanto no seu aspecto diagnóstico, como na capacitação para se saber lidar com ela. Todos os que estudam o tema destacam a importância de se construir ambientes relacionais que promovam a aceitação, respeito mútuo e o reconhecimento das habilidades e potencialidades únicas de cada um, bem como a valorização das diferenças de cor, raça, sexo e cultura. Se assim o for, a dinâmica da pluralidade-aceita cria uma mentalidade de crescimento, de apoio e incentivo para que todos, juntos, enfrentem os desafios de construir vidas e sociedades mais adequadas e saudáveis.

Aqui estão algumas perspectivas e estratégias que fomentam relacionamentos mais saudáveis, mais inclusivos, acolhedores e menos promotores da rejeição:

1. A promoção da empatia e da inclusão a partir do entendimento das experiências e perspectivas uns dos outros, reduz o potencial de rejeição e exclusão.
2. O desenvolvimento de habilidades sociais e a convivência entre diferentes é fundamental para lidar com situações de rejeição. A prática de habilidades como comunicação eficaz, resolução de conflitos e trabalho em equipe, ajudam a construir relacionamentos saudáveis e resilientes.
3. A valorização da autoestima e da autoconfiança fortalecem o desenvolvimento e a estruturação da autoimagem positiva e de uma autoestima bem alicerçadas. A importância do elogio, do feedback, da educação continuada, da mentoria constante e da valorização da autonomia, são fundamentais.
4. As estratégias de enfrentamento e confrontamento saudáveis para se lidar com a rejeição e a adversidade, são bem-vindas. Isso inclui técnicas de relaxamento, respiração profunda, mindfulness, competências conversacionais, bem como o desenvolvimento de habilidades de pensamento positivo e resiliência emocional.
5. A criação de uma cultura de segurança, de honestidade intelectual, de flexibilidade cognitiva e de resolução de problemas complexos em grupos heterogêneos, reduz sensivelmente o senso de rejeição, promovendo abertura para a relacionamentos inteligentes e fornecendo recursos e orientação para se enfrentar as circunstâncias da vida social.
6. Programas educacionais de prevenção de bullying para organizações e instituições de todas as naturezas, incluindo treinamento para gestores e funcionários sobre aceitação e respeito é fundamental. A intervenção imediata quando comportamentos e falas inadequadas são identificados, é um princípio muito eficaz. A ideia é promover em toda a sociedade, ambientes seguros, inclusivos e solidários, neutralizando qualquer expressão preconceituosa. Ao fornecerem orientação, apoio e recursos, esses programas ajudam as pessoas a desenvolverem habilidades e resiliência para enfrentar os desafios da vida e construir relacionamentos saudáveis e significativos.

Do ponto de vista pessoal, lidar com a rejeição é desafiador. Mas, existem várias estratégias e atitudes que podem nos ajudar a enfrentá-la de forma saudável e construtiva:

1. Reconheça e aceite seus sentimentos de rejeição. É normal se sentir triste, magoado ou zangado. Permita-se experimentar essas emoções, mas lembre-se de que elas não definem quem você é. Converse sobre isso com alguém competente em que você confia.
2. Reflita sobre como você está reagindo à rejeição. Está se culpando ou se depreciando? Tente identificar pensamentos distorcidos e substituí-los por pensamentos mais realistas e compassivos.
3. Busque apoio em amigos, familiares ou profissionais de saúde mental. Compartilhar seus sentimentos com outras pessoas pode ajudá-lo a se sentir compreendido e apoiado. Mentorias e processos terapêuticos são muito úteis.
4. Cultive uma autoestima saudável, reconhecendo suas qualidades e valor pessoal. Lembre-se de que a rejeição de uma pessoa ou situação não significa que você não seja digno de amor e aceitação.
5. Veja a rejeição como uma oportunidade de crescimento e aprendizado. Pergunte a si mesmo o que você pode aprender dessa experiência e como pode usá-la para se fortalecer no futuro. Seja proativo.
6. Priorize o autocuidado físico, emocional e mental. Cuide de si mesmo praticando atividades que o façam sentir-se bem, como exercícios, meditação, hobbies ou passatempos.
7. Evite se fixar no passado ou se preocupar demasiadamente com o futuro. Concentre-se no momento presente e nas coisas que você pode controlar.

A rejeição é uma parte inevitável da experiência humana, mas não precisa nos definir ou nos limitar. Ao compreendermos o que é rejeição, como ela nos afeta e como podemos lidar com ela, podemos aprender a transformar essa experiência desafiadora e dolorida, em uma oportunidade de crescimento e fortalecimento pessoal. Com práticas e atitudes positivas, podemos nos libertar do peso da rejeição e seguir em frente em direção a uma vida mais plena e satisfatória, lembrando sempre de que não estamos sozinhos nessa jornada.

E você, gostou?
Faz sentido essa reflexão?
Vamos conversar sobre o tema?
Acesse-me em homero@homeroreis.com; ou @homero.reis

Reflita em paz!
Homero Reis©.
Curitiba/PR, abril/2024

 

Post anterior
Os Personagens que nos Habitam

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

Coaching, Futuro, Relacionamentos